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Minas avança no número de transplantes de órgãos




(Foto: Omar Freire/Imprensa MG)

Minas Gerais é um dos estados com as melhores condições de realizar transplantes no Brasil. São 17 hospitais – na capital e no interior – com equipes altamente especializadas, após qualificação técnica em centros de referência do Brasil e do exterior.

Outro fator fundamental para o alcance de bons resultados deve-se à logística de excelência do MG Transplantes, que utiliza a frota aérea que está sob a responsabilidade do Comando de Aviação do Estado (Comave) da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG).

Segundo estado mais populoso do Brasil, com 21.119.536 habitantes (IBGE/2017), divididos em 853 municípios numa área de 588.384,30 km², Minas Gerais tem regiões muito diferentes e extensão territorial superior à de países como França, Suécia, Espanha e Japão.

Mesmo com essas características, o Governo do Estado conseguiu implantar a melhor infraestrutura do Brasil para o transporte de órgãos, utilizando aeronaves e veículos para que haja aproveitamento de todas as doações em território mineiro.

De acordo com a coordenadora estadual de logística do MG Transplantes, Sara Barroso, que há 15 anos desenvolve esse trabalho, a parceria com o Governo do Estado, por meio do Gabinete Militar, foi estabelecida já há algum tempo. Entretanto, com o decreto 47.182/2017 do governador Fernando Pimentel, que criou o Comando de Aviação do Estado (Comave) da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), os desafios passaram a ser menores.

Ao todo, são 15 aeronaves sob a responsabilidade do Comave, sendo dez helicópteros e cinco aviões para as atividades de multimissão, entre elas o transporte de órgãos. “Sempre tivemos aeronave para nos atender. Entretanto, com o Comave ficou muito mais rápido, pois no primeiro contato já sabemos qual avião ou helicóptero estará disponível para deslocar imediatamente com a equipe do MG Transplantes”, afirma.

Sara Barroso argumenta que a gestão centralizada trouxe simplificação e agilidade, pois antes o MG Transplantes fazia contato com o gabinete do governador, gabinete militar, polícia militar, polícia civil e corpo de bombeiros. “Hoje em dia falamos com o coronel de plantão e ele diz quem vai nos atender. Ao mesmo tempo, ele aciona o pessoal e aí acertamos os detalhes da viagem”, explica a coordenadora.

Números crescentes e eficiência da logística

No ano passado (2016), o transporte aéreo disponibilizado pelo governo foi usado 52 vezes. Em 2017, até o início de outubro, foram 61 vezes, um aumento de 19,3%. Na doação de órgãos, houve, no primeiro semestre deste ano, 117 famílias autorizando a captação, enquanto no primeiro semestre do ano passado foram 98 doações. Com isso, foi possível realizar 1.071 transplantes frente aos 939 no mesmo período de 2016.

As demandas são variadas e de todas as regiões, com realidades muito diferentes, sendo que algumas dependem de avião, helicóptero e carro. Existem lugares que não contam com aeroportos e a chegada tem de ser por uma cidade vizinha, enquanto há municípios que não podem receber voos noturnos. Eventualmente, a estrutura mineira vai a outros estados.

Cada atendimento tem sua especificidade, que exige esforço de todos para atender aqueles que estão na fila esperando um órgão para atenuar o sofrimento e ter uma vida normal. As aeronaves do governo mineiro não têm horário pré-estabelecido para serem utilizadas pelo MG Transplantes e estão à disposição sete dias da semana, 24 horas por dia. 

“A demanda de coração é a mais diferenciada de todas e exige maior rapidez. A equipe precisa chegar aos hospitais das Clínicas e Felício Rocho de helicóptero, em duas horas após a captação do órgão em qualquer lugar do estado, enquanto o paciente já se encontra na mesa de cirurgia para receber o órgão”, revela Sara, com o entusiasmo de quem vibra com cada conquista.

A fila de espera em Minas Gerais

No comando de toda essa engrenagem está o diretor do Complexo MG Transplantes, Omar Lopes Cançado Júnior, que traz os números da fila de espera no estado para receber um órgão. São 3.428 pessoas, sendo que a maioria (2.300) aguarda um rim; 977 esperam voltar a enxergar com uma córnea doada; 47 precisam de transplante de fígado; 51 pessoas estão à espera de um transplante combinado de rim/pâncreas; 29 sonham com um novo coração batendo no peito.

A maioria das pessoas pode ser doadora de todos os órgãos e tecidos. Para isso, basta que manifeste em vida a sua vontade junto aos familiares que precisam autorizar a doação, depois de realizado o diagnóstico de morte encefálica. A remoção dos órgãos não tem um período pré-determinado, mas deve ser feita o mais rápido possível.

Em relação à doação de órgãos em vida, o diretor do MG Transplantes ressalta que ela é possível quando se tem saúde perfeita e quando o doador é parente até o quarto grau do futuro receptor. “Os órgãos que podem ser doados são: rim, fígado e pulmão. Para esses casos, o doador deve procurar o serviço transplantador onde está inscrito o seu parente para realização do procedimento”, orienta Omar.

A doação de órgãos no Brasil apresentou crescimento em 2017 e passou de 14 para 16 doadores para cada 1 milhão de habitantes. O número ainda é considerado baixo se comparado à Espanha, país que é referência mundial com 40 doadores para cada 1 milhão de pessoas.

Com a morte cerebral de uma pessoa saudável, outras 14 poderão ser beneficiadas, segundo informações da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO). Por isso, as campanhas de estímulo à doação são consideradas imprescindíveis para despertar a solidariedade na sociedade.

Fonte: Agência Minas


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