O ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse, em entrevista exclusiva ao Jornal Estado de São Paulo, que chegou a ir armado para uma sessão do Supremo Tribunal Federal (STF) com a intenção de matar a tiros o ministro Gilmar Mendes. Segundo ele, não seria uma ameaça, seria assassinato mesmo. Afirmou que iria matar Gilmar e depois se suici dar.
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Segundo o ex-procurador-geral, logo depois de ele apresentar uma exceção de suspeição contra Gilmar Mendes, o ministro difundiu “uma história mentirosa” sobre sua filha, o que o teria tirado do sério.
Em maio de 2017, Janot, na condição de chefe do Ministério Público Federal, pediu o impedimento de Gilmar na análise de um habeas corpus de Eike Batista, com o argumento de que a mulher do ministro, Gilmar Mendes, atuava no escritório Sérgio Bermudes, que advogava para o empresário.
Ao se defender em ofício à então presidente do STF, Gilmar afirmou que a filha de Janot, Letícia Ladeira Monteiro de Barros, advogada para a empreiteira OAS em processo no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Segundo o ministro, a filha do ex-Procurador poderia na época “ser credora por honorários advocatícios de pessoas jurídicas envolvidas na Lava Jato”. Janot disse que a filha nunca advogou na área penal.
Afirmou na entrevista, que foi ao Supremo armado, antes da sessão, encontrou Gilmar na antessala do cafezinho da Corte. Ele estava sozinho, mas disse que uma mão evitou que concretizasse a intenção.
Na mesma entrevista, Janot contou que, com o cerco se fechando sobre os políticos da Lava Jato, ele recebeu vários ‘agrados’: de convites para renovar o mandato de procurador a uma vaga de ministro do STF. A mais inusitada oferta, no entanto, partiu do então senador Aécio Neves (PSDB), investigado por recebimento de propina. Em 2017, ele teria convidado Janot para ser vice numa chapa que disputaria a presidência da República. Mas acabou que o candidato do PSDB nem foi Aécio, foi Geraldo Alckmin.
Janot disse, também que não ter dúvidas de que o ex-presidente Lula é corrupto. Segundo ele, é impossível que Lula não fosse um dos chefes de todo o esquema que desviou muito dinheiro do governo federal.
Até agora, os citados na entrevista ao Estado de São Paulo, ainda não se pronunciaram sobre estas declarações polêmicas do ex-procurador da República, Rodrigo Janot.
