A Polícia Civil informou nesta segunda-feira (15), que Welbert de Souza Fagundes, de 26 anos, que matou o sargento Roger Dias da Cunha com um tiro na cabeça em Belo Horizonte, foi indiciado por homicídio quadruplamente qualificado por motivo torpe. O policial era casado, tinha uma filha recém-nascida e havia completado recentemente 10 anos de carreira na PMMG.
O homem atirou várias vezes à queima roupa contra a cabeça do sargento da Polícia Militar, Roger Dias da Cunha, no dia 5 de janeiro, no bairro Novo Aarão Reis, Região Norte de Belo Horizonte. De acordo com a Polícia Civil, a investigação mostrou que Welbert teria ignorado todas as ordens de parada dadas pelo militar. Dias pediu que o jovem deitasse no chão várias vezes, mas ele desobedeceu.
Em um dado momento, Welbert chegou a levantar a mão esquerda como sinal de rendição. Porém, com a mão direita ele pegou uma arma de fogo que estava dentro da bermuda e atirou pela primeira vez contra a cabeça do policial, que conseguiu disparar um tiro em defesa. Em seguida, o sargento foi atingido por um segundo disparo também na cabeça e caiu no chão. Ele ainda foi alvejado mais uma vez, no momento em que o suspeito começou a correr.
Welbert também foi indiciado por tentativa de homicídio triplamente qualificada – em relação ao outro policial militar que estava na guarnição do sargento Dias -, e também por crimes de desobediência, de resistência e pelo porte ilegal de arma de fogo. Ele também é investigado pelo roubo anterior, que causou a perseguição que resultou na morte do sargento.
O autor ficou internado no Hospital Risoleta Neves, mas já teve alta e está em uma unidade prisional.
Comparsa também foi indiciado
O comparsa de Welbert, Geovanni Faria de Carvalho, de 34 anos, foi indiciado por duas tentativas de homicídio. A primeira é uma tentativa de homicídio qualificada, contra os policiais militares. A segunda é uma tentativa de homicídio simples, contra um motoboy que ele atingiu enquanto fugia. Segundo a PC, o homem fez uma manobra perigosa e consciente para desviar do bloqueio policial. Nesse momento, ele atingiu um motociclista, que caiu e voou em cima do capô do carro de Geovanni.
“Ele só não foi atingido gravemente ou fatalmente por circunstâncias alheias. Então, foi considerado o dolo eventual. Ou seja, ele assumiu o risco de matar esse motociclista”, afirmou a delegada da Polícia Civil, Ariadne Heloise Coelho, da 3º Delegacia Especializada de Homicídios de Venda Nova.
Geovanni também foi indiciado por outros crimes, como desobediência, resistência e tráfico de drogas. Ele segue internado no Hospital Risoleta Neves e aguarda alta.
Suspeito estava foragido da ‘saidinha’
Welbert tinha 18 boletins de ocorrência registrados, por crimes como roubo, ameaça e tráfico de drogas. O Ministério Público chegou a se posicionar contra contra a saída dele do sistema prisional, mas o benefício foi concedido pela juíza da Vara de Execuções Penais de Ribeirão das Neves, Bárbara Isadora Santos Sebe Nardy.
A juíza justificou sua decisão com base no atestado de conduta carcerária e disse que Welbert não havia cometido nenhuma falta grave, embora o Ministério Público tenha apontado o episódio do furto de veículo. O MPMG recorreu da decisão junto ao Tribunal de Justiça, mas não recebeu nenhum retorno.
A Associação dos Magistrados Mineiros (Amagis) emitiu, no domingo (7), um comunicado classificando como “lamentável” a tentativa de vincular o ataque a tiros ao policial militar Roger Dias da Cunha à decisão que concedeu o benefício da saída temporária a Welbert. Segundo a entidade, o caso reflete problemas como a desigualdade social e a existência de uma sociedade “cada vez mais violenta”.
Prisão mantida
Em 7 de janeiro, Welbert de Souza Fagundes e outro suspeito de participação no crime, Geovanni Faria de Carvalho, de 34, tiveram as prisões em flagrante convertidas para preventivas, após uma audiência de custódia no Fórum Lafayette, em Belo Horizonte.
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