O empresário Ricardo Nunes, fundador da rede Ricardo Eletro, chegou a Belo Horizonte na tarde desta quarta-feira (8). Após a prisão em São Paulo, ele foi transferido para a capital mineira em um helicóptero da Polícia Civil de Minas Gerais.
Ricardo chegou ao Aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte, por volta das 16h30, e deve ser encaminhado para um presídio da região.
“Operação Direto com o Dono”
Desencadeada pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e Receita Estadual, com apoio da Polícia Civil e da Receita Estadual, a operação Direto com o Dono apura sonegação fiscal e lavagem de dinheiro em um rombo estimado em R$ 400 milhões. Foram cumpridos três mandados de prisão e 14 de busca e apreensão.
Além dos mandados de prisão, a Justiça determinou o sequestro de bens imóveis do dono do negócio, avaliados em cerca de R$ 60 milhões, com a finalidade de ressarcir o dano causado ao Estado de Minas Gerais.
Ainda conforme o MPMG, a investigação ganhou força após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), de novembro de 2019, que definiu como crime a apropriação de ICMS cobrado de consumidores em geral e não repassados ao estado.
Prisão
Ricardo Nunes foi preso em São Paulo no início da manhã. Além do empresário, a filha dele, Laura Nunes, foi presa na Operação Direto com o Dono desencadeada nesta manhã de quarta-feira.
Alvo de um dos mandados de prisão, o diretor-executivo Pedro Damião Magalhães ainda não foi encontrado.
Confira nota divulgada pela empresa Ricardo Eletro:
“A Ricardo Eletro informa que Ricardo Nunes e/ou familiares não fazem parte do seu quadro de acionistas e nem mesmo da administração da companhia desde 2019. A Ricardo Eletro pertence a um fundo de investimento em participação, que vem trabalhando para superar as crises financeiras que assolam o grupo desde 2017, sendo inclusive objeto de recuperação extrajudicial devidamente homologada perante a Justiça, em 2019.
Vale ainda esclarecer que a operação realizada hoje, pelo Ministério Público de Minas Gerais (MP), pela Receita Estadual e pela Polícia Civil, faz parte de processos anteriores a gestão atual da companhia e dizem respeito a supostos atos praticados por Ricardo Nunes e familiares, não tendo ligação com a companhia.
Em relação à dívida com o Estado de Minas Gerais, a Ricardo Eletro reconhece parcialmente as dívidas e, antes da pandemia, estava em discussão avançada com o Governo para pagamento dos tributos passados, em consonância com as leis estaduais.
“A Ricardo Eletro se coloca à disposição para colaborar integralmente com as investigações” encerra nota”