“Time sem vergonha”, gritaram os torcedores quando avistaram os jogadores a caminho do ônibus. Houve também protestos contra a diretoria. “”Ôôô, pede dinheiro, mas não escuta o torcedor”.
O cântico tem relação com a Operação Fifa, campanha iniciada em julho pelo presidente Sérgio Santos Rodrigues para arrecadar doações. A finalidade da ação é ajudar o clube no pagamentos de dívidas. Até a noite deste domingo, o Cruzeiro tinha contabilizado mais de 20 mil depósitos, com valor total de R$ 718.489,54.
A delegação do Cruzeiro foi recebida com protestos na noite deste domingo, no aeroporto de Confins, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Torcedores gritaram “time sem vergonha” em razão de mais uma derrota na Série B, para o CSA, por 3 a 1, nesse sábado, em Maceió. Cerca de 100 pessoas compareceram à manifestação, mas não puderam se aproximar dos jogadores. A Raposa segue na parte de baixo da classificação, em 15º lugar, com apenas oito pontos.
Em 3 de setembro, torcidas organizadas já haviam ido a Confins protestar no desembarque do Cruzeiro após a derrota para o Brasil, por 1 a 0, em Pelotas-RS, pela sétima rodada da Série B. À época, o técnico Enderson Moreira era um dos principais alvos das manifestações. Ele acabou demitido depois do empate por 1 a 1 com o CRB, no Mineirão, pela oitava rodada da competição.
Para o lugar de Enderson, o Cruzeiro contratou Ney Franco. Na estreia dele, o time venceu o Vitória por 1 a 0, no Mineirão, e amenizou um pouco a pressão. Mas bastou o revés para o CSA, por 3 a 1, para o clima voltar a esquentar.
Apesar da grave crise financeira gerada principalmente pela administração anterior, de Wagner Pires de Sá, o Cruzeiro iniciou a Série B com a maior folha salarial, superior a R$ 3 milhões mensais. Somada a isso, a grande tradição do clube dava ao torcedor a expectativa de uma campanha melhor. Até aqui, a Raposa tem quatro vitórias, dois empates e quatro derrotas, com 46,7% de aproveitamento.
Não bastasse o início ruim, o Cruzeiro foi punido pela Fifa com a perda de seis pontos na Série B devido ao não pagamento de uma dívida com Al Wahda, dos Emirados Árabes, pelo empréstimo do volante Denílson, em 2016. O débito no valor de 850 mil euros é referente à gestão de Gilvan de Pinho Tavares.
Sem a punição, o Cruzeiro estaria com 14 pontos, na oitava colocação, a apenas três pontos do G4. No momento, o líder da Série B é o Cuiabá, com 21 pontos.
O próximo compromisso do Cruzeiro pela competição será na sexta-feira, às 21h30, no Mineirão, contra o Avaí, 12º colocado com 10 pontos.