O vírus da zika pode ser útil no combate ao câncer

Ao mesmo tempo em que o vírus da zika pode provocar anomalias em crianças, ele também pode destruir um grave tumor cerebral em adultos: o glioblastoma, câncer em que pacientes vivem em média um ano após diagnóstico.

Hoje, o tratamento para o câncer envolve radioterapia e quimioterapia, mas sem efeitos prolongados. Mesmo com o tratamento, células-troncos associadas ao tumor sobrevivem e “driblam” o sistema imunológico. Desta forma, o tumor volta cerca de seis meses depois. Agora, os cientistas quem usar o zika para matar células-tronco de tumores cerebrais.

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A ideia é que, como adultos não são atingidos pelo vírus zika com a mesma letalidade que fetos, a ação do vírus no cérebro poderia ser utilizada no câncer como uma espécie de terapia-alvo. Nessa estratégia, a preferência do zika por células-tronco neuronais poderia ser utilizada “em nosso favor” para atacar somente o tumor cerebral.

Nas cobaias que receberam o vírus zika, a injeção diminuiu o crescimento do tumor e prolongou significativamente a vida útil dos animais. Agora, pesquisadores planejam testes pré-clínicos para verificar como o organismo humano reagiria à infecção controlada do zika em terapias. Ainda seria necessário definir um protocolo de tratamento.

De antemão, cientistas já sabem que qualquer tratamento com o zika deverá ser feito durante a cirurgia para que a injeção seja aplicada diretamente nas células tumorais. Isso porque, caso o zika seja aplicado em qualquer outra parte do corpo, ele poderia ter sua ação “terapêutica” bloqueada pelo sistema imune. As informações são do Portal G1.